Quem sou eu

Minha foto
Um homem normal, simples, solidário. Busca crescimento como ser...

domingo, 31 de maio de 2009

Domingo na Roça


























Domingo, dia d
e almoçar na roça aquela comidinha: galinha caipira, feijão verde, maxixe, arroz branco dourado ao alho e um macarão a putenhesca. Bem, não sei se é este o nome correto, mas faço com alho e pimenta calabresa com um leve toque, calabresa defumada frita em tirinhas, cebola roxa em fatias, manteiga de verdade, sal ao ponto e o macarrão al dente. A parte do segredo revelo agora: estando o molho pronto aguardando o macarrão que vai sendo cozido em bastante água para ficar soltinho, sai direto para o molho, para não perder a temperatura. Também pode complementar churrasco de picanha temperado com sal grosso. De resto uma boa conversa com os amigos ou pessoas interessantes.

sábado, 30 de maio de 2009

INGÁ

O INGÁ baixou portaria suspendendo o uso de água subterrâneas em parte da região de Irecê em decorrência de problemas devido o uso indevido por parte dos irrigantes. Esta é a alegação que o Órgão faz para baixar a portaria impedindo os irrigantes de usarem seus poços na atividade olerícola. A região de Irecê, também, é conhecida pelo maior número de poços artesiano em seu território. Ultrapassa 20.000, infelizmente, a maioria não possuem outorga. Os que possuem não são monitarados pelo INGÁ, para ter controle desta gestão e não se sabe que quantidade de água é utilizada na irrigação em Irecê.
O que o Órgão fez foi uma precipitação. Como não tem conhecimento da causa do problema. Tomou uma medida restritiva, contrariando a lógica da legalidade e da ordem, punindo a minoria que tinham licenças concedidas pelo próprio Órgão em detrimento a maioria que está usando poços sem a devida autorização. Legalizar o uso de um poço não é fácil e quando a nossa população começa adotar o caminho da legalidade o INGÁ, sem o menor respeito ou pela sua incapacidade de fiscalizar, como quê tapando o sol com uma peneira, pois a medida é inpraticável pelas condições do Órgão.
Esta medida não seria necessária se o Órgão viesse ao longo dos anos, fiscalizando estes poços e exigindo que os proprietários fizessem as outorgas. Este problema só existe hoje por o Órgão foi ausente todo este tempo.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Seu Antônio

As vezes a tardinha quando volto do trabalho, vou direto para a roça para respirar ar puro, ver os animais, caminhar entre as árvores, chupar cana, dar uma caminhada, tomar café. Fico a conversar com Seu Antônio e gosto de ouvir as suas historias que são contadas e as vezes repetidas sempre com os mesmos detalhes, entonação e trejeitos. Seu Antônio tem uma boa memória, consegue contar as piadas iguazinhas. De vez enquanto peço a ele para contar tal piada e eu rio como se tivesse ouvindo-a pela primeira vez. O engraçado não é só a historia, mas a maneira como é contada. Ele está com 72 anos e aparenta uma pessoa dos seus 60. Anda sempre de bicicleta. Tem a temosia da idade, mas sempre jovial. Um velho sempre lorde que veste sempre no luxo as suas roupas surradas e limpinhas que Dona Amália faz questão de deixá-las e que ele use. Ele está na roça a uns quinze anos, por mim só sai de lá para o cemitério, por que não tem outro jeito.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Monitoramento dos fatos


De 2005 para cá resolvi fazer apontamentos das receitas e despesas que ocorria na propriedade, então adotei o caderno espiral como peça fundamental para tal registro. Defini que seria registrados toda produção que passasse pela porteira e toda, evidentemente, despesas, constituída de investimento e custeio. A princípio não me preocupei com os resultados, simplesmente, fiz registro do que entrava e saia. Das coisas que saia passei a registrar com valor de mercado para ter uma comparação com as despesas. Este apontamento faço até hoje, já estou no quinto ano e é interessante avaliar os resultados:




Ano----------Despesas-----------Receita------Deficit-------Investimento--Prejizo----
2005--------14.000,00----------2.500,00------11.500,00------ 6.000,00-----5.500,00
2006--------13.000,00----------4.100,00------ 8.900,00------5.000,00-----3.900,00
2007--------15.000,00----------8.100,00------ 6.900,00------4.000,00-----2.900,00
2008--------19.000,00----------8.300,00-----10.700,00------7.000,00-----3.700,00
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
total---------61.000,00---------23.000,00----38.000,00-----22.000,00----16.000,00


A receita de 2008 deveria ter sido maior se não fosse a seca que veio mais forte este ano e tive que vender ovelhas mais cedo. O preço médio dos animais vendido foi de R$ 50,00 reais, enquanto nos anos anteriores foram em torno de R$ 73,00 em média, como foram 80 animais houve uma perda de R$ 1.840,00 que deveria entrar na receita, fazendo com que a produção continuasse aumentando e o prejuízo diminuindo. Com isto tomei a seguinte decisão de só tirar animais com peso médio acima de 30 kg vivo.
Apesar destes resultados, que parecem ruins, na propriedade que se pratica agricultura sustentável, visando atender pelo menos três dimensões: social, ecológica e econômica nesta ordem, são muito animadores, pois, a cada ano melhora a produção. Este é um projeto de longo prazo onde atualmente se cobre 80% do custeio.

A Empresa chamada Roça

Ultimamente tem visto ações que demonstra a importância de encarar a atividade agrícola como empresa. Onde exige planejamento da propriedade como um todo e de suas atividades, para conseguir algum resultado. Em permacultura a propriedade é dividida em zonas que vai de zero a cinco e todas as zona são a propriedade. Em cada zona define-se funções que são importantes para que o todo esteja em harmonia e produzindo. Não podemos considerar como atividade agrícola àquela onde se espera uma produção que atenda só o resultado econômico, gerando deficit ambientais, imperceptíveis para a maioria dos agricultores. Tornando-os pobres agricultores a lamentar a sina de ser agricultor como se não houvesse outra alternativa. Ser agricultor não deve ser só por falta de opção e sim uma opção. A atividade exige conhecimentos e dedicação, a propriedade exige respeito pelo dono da terra. A terra não é um 'meio' para se produzir. Ela quer ser amada e tratada com carinho como uma relação entre pessoas.
A empresa que sustenta seu dono e empregados é tratada com dedicação, carinho e investimento. Com a propriedade agrícola não deve ser diferente.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Diversificação até de amigos.

As vezes encontro um amigo que me perguntam da roça, o que estou fazendo e dão sujestões do que deveria fazer. Por último introduzi gado; duas vacas e um bezerro e pretendo adquiri mais duas, pois acho que o porte da propriedade, considerando a capacidade de campo são dez (10) cabeças incluindo bezerros, vaca e touro. Ainda tem as ovelhas que atualmente são dezenove (19) cabeças. Pelo meus cálculos dá para chegar a quarenta (40) ao todo. Mas ai o amigo diz - não vai dar certo, porque gado e ovelha comem muito e que deveria pensar em plantar mais em vez de criar. Explico que é necessário diversificar a produção, integrá-las para não ter perdas de energia e que a roça tem de produzir todos os dias.
Esta é a grande diferença: a roça precisa produzir todos os dias. Roça produz todos os dias. Diversificar é importante para termos sempre produtos de épocas as mais diversas. Depois, as atividades, cumprem mais de uma função e quando não sabemos para que serve uma cultura, no mínimo, ela protege o solo das erosões. Também, o verde é bonito até mesmo do mato e a nossa ignorância acha que não tem nenhuma função. Não percebemos as flores, não percebemos as abelhas, não percebemos as folhas secas, não percebemos sementes que vão dar continuidade a vida.
Existe harmonia na diversidade e sobra espaço para os outros animais.
Quanto mais amigos, diversificados, melhor.
Será se amigos comem muito?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cobras e outros bichos












São dezesseis anos experimentando atividade agrícola de varias maneiras, desde roça de sequeiro, criação de galinha de granja que me levou a produzir frango defumado, arrendamento, parcerias e por ultimo resolvi experimentar o não convencional, quando, em uma feira do Garra, adquiri um livrete sobre agrofloresta. Fiquei encantado com os desenhos retratando o processo de recuperação de solo, mostrando um perfil, incluindo a camada do solo profundo com suas raízes e alguns elemento constituintes do solo recuperado. Naquele momento decidi - vou experimentar! De lá para a posição atual, já são seis anos convivendo com agrofloresta, permacultura, agro ecologia, agricultura natural, cooperativismo, economia solidária, capacitação, poli cultivo irrigado, unidade de beneficiamento de frutas, feira de produtos orgânicos. Por fim tenho um pedaço de floresta que me lembra os filmes de Tarzan. E para não esquecer, as cobras.

sábado, 23 de maio de 2009

Antonio Soares e

Seu Antonio. Este é nome que chamo de Antonio Soares de Almeida.
Toin. É o nome de Antonio Silva. Afinal são dois toens. Muita riqueza.

Por que Sustentavel?

Responder esta pergunta com resultados talvez seja a melhor forma de compreender. Por mais bela que seja a intenção não é tão simples colocar em pratica. Sempre vamos falhar em alguma atividade e nossos maus hábitos farão com que não consigamos fazer a nossa obrigação.
A palavra sustentável por si só não exprime seu conteúdo e nos leva a cometer enganos principalmente pelos valores que cada um adota. Sustentável economicamente é a maior impressão que nos lembra. Ser economicamente viável também é um desafio. Ser economicamente insustentável também é um desafio.
Nossa cultura não está ajustada para o Sustentável. O imediato não é sustentável na maioria das vezes. Ver outros valores é uma busca para o sustentável que, talvez, como uma filosofia de vida facilite a aceitação de um mundo perfeito e equilibrado.

ABELHA NA ROÇA



Na ro
ça estou criando abelha apis melifera a mais de três anos por opção das abelhas que insistiram em ficar sempre aparecendo e se arranchando. Insisti em tirá-las por umas três vezes até que falei com António Silva que teríamos que criá-las. Foi conhecer melhor como criar abelhas e fiz investimento: curso, caixas, roupas, fumegador... e partimos para a prática. hoje são cinco colméias que crio em parceria com Jandira do Mocozeiro. Ela faz todo manejo com as colmeias. Meu tempo ficou escasso.

Roça da minha infância.

Eu vivi boa parte de minha infância em contacto com roça e nesta época as roças não eram tão devastadas . A gente via todo tipo de árvore e bichos. Chovia no tempo certo e todo produtor produzia de tudo um pouco. As roças não tinha luz elétrica nem agua encanada. Tomar banho a tardinha no tanque e a noite ouvir estorias as mais incríveis e arrepiantes. As pessoas se juntavam em torno dos bons narradores e as estorias iam embaladas de saudades e dramaticidades, as dez horas da noite todo mundo já estava dormindo para acordar bem cedinho para passa o milho do cuscuz. O leite diário era garantido por tio João e depois do café brincar de todas as maneiras: matar passarinho, andar de bicicleta e a cavalo, tirar umbú, fruta de palma, melancia e banana; brincar de vaca de osso e boi de fruta de quiabento, carro de lata vazia e cavalo de pau. Tinha época que as brincadeiras eram com pião, bola de gude, bola ou esconder.
Não lembro se o tempo passava. Tinha se a impressão que ficava um ano nesta vida de brincar, brincar e brincar.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

ROÇA SUSTENTAVEL EM IRECÊ-BA

foto 01 - plantio de palma 1º ano
foto 02 - Antonio Silva
foto 03 - Poli cultivo irrigado


Estamos a vários anos investindo em uma roça com o objetivo de produzir alimentos saudáveis de forma natural, usando princípios agroecológicos e sustentaveis. Adotamos princípios de sustentabilidade e agricultura familiar. Estamos nesta caminhada a vários anos, aprendendo na pratica o que é sustentabilidade no sertão baiano.
A meta atual é gerar receita que cubra as despesas de custeio e investimento que anualmente fica em torno de R$ 15.000,00.
Nossa propriedade tem dois trabalhadores: Antonio Silva meeiro que cuida da área de permacultura (poli cultivo) e Antonio Soares meeiro na criação de vaca e roça de sequeiro.
Nossa produção e diversificada e buscamos integrar as atividades. Em 2008 contabilizamos 36 produtos, destes 10 representa 95% da receita da propriedade que possui 40 tarefas sendo 5 para o policultivo irrigado e 5 a 6 de caatinga. Temos na propriedade criação de vaca para produção de leite ( introduzida no mês de fevereiro), ovelha da raça santa Inês, galinha, pato, cocá, abelha italiana.
Plantamos de tudo um pouco mas priorizamos mamão, banana e mamona.
Estamos comercializando o nosso excedente em nossa galeria no centro da cidade de Irecê. Mamona vendo para os depositos de cereais. Ovelhas vendo para Bira, comerciante de ovelhas. A maioria dos produtos é para o consumo familiar.